Recentemente o Programa Nacional de Controle da Tuberculose reviu o tratamento da tuberculose no Brasil. Esta mudança foi realizada devido aos estudos preliminares do II Inquérito Nacional de Resistência aos medicamentos anti-tuberculose. Os resultados obtidos apontaram um aumento da resistência primária, que é desenvolvida quando a tuberculose resistente é transmitida, desenvolvendo na pessoa infectada uma tuberculose já resistente a algum dos antimicrobianos da terapêutica (como mostra o infográfico abaixo). No caso foi visto o aumento da resistência primária no fármaco isoniazida que aumentou de 4,4% para 6% de casos de resistência primária.
Figura 1: Infográfico sobre geração da resistência primária
Figura 1: Infográfico sobre geração da resistência primária
Fonte: Laedi Santos1
A primeira mudança se dá pela introdução do Etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento, correspondente aos dois primeiros meses. Essa estratégia visa contornar a problemática atual da resistência bacteriana. A segunda mudança no tratamento básico consiste na introdução da apresentação de comprimidos com dose combinada dos quatro fármacos (rifampicina, isoniazida, etambutol e pirazinamida), promovendo um maior conforto ao paciente e, possivelmente, aumentando a adesão, buscando evitar o aumento da multirresistência.
Essas duas mudanças, agora também no Brasil, são preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e utilizadas na maioria dos países.
Lembrando que o papel do profissional da saúde continua sendo peça fundamental para um tratamento eficaz da tuberculose, preconizando sempre ao paciente a importância da adesão ao tratamento durante todo o período. Os abandonos sucessivos ou recusas à terapêutica são importantes motivos para o desenvolvimento de bacilos extensivamente resistentes. Os profissionais devem ter conhecimentos de estratégias diferenciadas para adotar nestes casos, visto que, esses pacientes colocam em risco a sua própria saúde e inclusive a sociedade, pela transmissão desses bacilos.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília, 2010. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_de_recomendacoes_controle_tb_novo.pdf>. Acesso em: 17 Out. 2011.
1: Material digital obtido de Laedi Santos sobre tratamento da tuberculose, atualmente não disponível na internet.
Texto original de Renato Mateus Fernandes e Thiago Weller Mitsuo Oyakawa
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