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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Doença Renal Crônica (texto porduzida pela acadêmica Luciana Denubila)


A doença renal crônica (DRC) é considerada um grande problema de saúde pública (COUTINHO, 2011; MARTINS; CESARINO, 2005). Segundo um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (CENSO 2011), em 2009 cerca de 77 mil brasileiros faziam diálise (tratamento realizado quando os rins já não funcionam corretamente). Já em 2010, cerca de 90 mil brasileiros submeteram-se a este tipo de tratamento.

De acordo com Moreira (2008), pacientes com DRC em processo dialítico muitas vezes requerem um grande número de medicações devido à própria doença. Além da deficiência de eritropoetina (hormônio produzido pelos rins saudáveis), para controle de anemias, outros fatores podem contribuir, como por exemplo, a deficiência de ferro, deficiência de ácido fólico e vitamina B12. Outras medicações também são utilizadas devido a DRC ser consequência de uma doença primária como a hipertensão arterial e/ou diabetes.

O paciente que faz hemodiálise, geralmente, faz uso de medicamentos antes, durante e/ou após a sessão de hemodiálise. A heparina (anticoagulante) é utilizada para evitar que o sangue coagule durante a sessão; vitaminas do complexo B são aplicadas ao final da sessão, elas são necessárias para a reposição destas vitaminas perdidas durante o processo de hemodiálise; vitamina C é aplicada ao final da sessão, pois ajuda que a mobilizar o estoque de ferro no organismo (MENDONÇA, 2008).

Os rins são responsáveis pela eliminação do excesso de fósforo. Com a perda da função renal sua eliminação fica prejudicada e a absorção de cálcio no intestino também. Com isso, não há equilíbrio entre fósforo e cálcio no sangue. O carbonato de cálcio é utilizado no paciente renal crônico para evitar a absorção do fósforo e sua associação ao cálcio, impedindo que eles se misturem no sangue e sejam depositados nas paredes dos vasos sanguíneos, evitando assim o surgimento de edema, além prevenir a fragilidade dos ossos (osteoporose) devido à falta de cálcio.  O uso de anti-hipertensivos reduz a pressão arterial (doença de base causadora da DCR) e o uso de diuréticos evitam que líquidos sejam acumulados no organismo permitindo que a pressão arterial não fique elevada.

A utilização de eritropoetina também se faz necessária, pois estimula a produção de células sanguíneas pela medula óssea e tal estímulo permite que as anemias resultantes da IRC sejam controladas. Ela repõe o ferro eliminado durante o processo da diálise (MENDONÇA, 2008; RIELLA, 2010). De acordo com Riella (2010), a recomendação de suplementação de ferro varia de acordo com o uso ou não de eritropoietina (EPO). Pacientes não recebendo EPO usualmente não necessitam de suplementação de ferro, porém aqueles recebendo EPO normalmente necessitam da suplementação de rotina.

Como pode ser observado acima pacientes com DRC necessitam de vários medicamentos e durante o processo de hemodiálise eles podem ser eliminados, pois a hemodiálise é um processo de retirada do sangue por uma máquina especifica, onde é filtrado para a retirada de substâncias indesejáveis (tóxicas) ao organismo. Porém durante esse processo certos medicamentos podem ser eliminados (dializados) e, com isso, necessitam de reposição de doses.

Os pacientes com DRC possuem a excreção renal comprometida e, a chance de ocorrer intoxicações e interações medicamentosas, as quais podem aumentar ou reduzir a ação farmacológica de determinado(s) medicamento(s) são maiores. Portanto, a quantidade de medicamentos utilizados pelos insuficientes renais crônicos merece uma maior atenção devido ao risco de ocorrer interação entre os medicamentos. Já os medicamentos dializáveis podem ser perdidos durante a hemodiálise necessitando de reajuste de dose. Tais fatos prejudicam a terapêutica, pois todos os medicamentos são fundamentais para o paciente, prejudicando assim qualidade de vida do paciente.


REFERÊNCIAS:

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. Disponível em: <http://www.virtual.unifesp.br/cursos/enfnefro/restrito/docunload/insrenalcro.pdf>. Acesso em 12 de março de 2012.


COUTINHO et al. Estudo de rastreamento precoce da doença renal na população de Palmas - TO: uma aplicação do Scored comparada aos métodos convencionais. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-16022012-172324/pt-br.php>. Acesso em 13 de março de 2012

MARTINS, Marielza R. Ismael; CESARINO, Claudia Bernardi. Qualidade de vida de pessoas com doença renal crônica em tratamento hemodialítico. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692005000500010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 12 de março de 2012.

MENDONÇA, Daniele de Paula.  Qualidade de vida dos portadores de insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/58323533/3/Terapeuticas-Farmacologicas-da-Insuficiencia-Renal-Cronica>. Acesso em 11 de abril de 2012.

MOREIRA et al. Adesão ao Tratamento Farmacológico em Pacientes com
Doença Renal Crônica. Disponível em: <www.jbn.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=69&nomeArquivo=30>. Acesso em 12 de março de 2012.

RIBEIRO et al. Prevalência da automedicação na população estudantil do Instituto Politécnico de  bragança. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0870-90252010000100005&script=sci_arttext>.  Acesso em 14 de março de 2012.

RIELLA, Miguel Carlos. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos.  5. Ed. Guanabara Koogan, 2010.

SHMID, BERNAL e SILVA. Automedicação em adultos de baixa renda no município de São Paulo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n6/1493.pdf>.  Acesso em 13 de março de 2012.

Sociedade Brasileira de Nefrologia. Disponível em: http://www.sbn.org.br/index.php.noticiasListagem. Acesso em 12 de março de 2012.

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