A doença renal
crônica (DRC) é considerada um grande problema de saúde pública (COUTINHO,
2011; MARTINS; CESARINO, 2005). Segundo um estudo realizado pela Sociedade
Brasileira de Nefrologia (CENSO 2011), em 2009 cerca de 77 mil brasileiros
faziam diálise (tratamento realizado quando os rins já não funcionam
corretamente). Já em 2010, cerca de 90 mil brasileiros submeteram-se a este
tipo de tratamento.
De acordo com
Moreira (2008), pacientes com DRC em processo dialítico muitas vezes requerem
um grande número de medicações devido à própria doença. Além da deficiência de
eritropoetina (hormônio produzido pelos rins saudáveis), para controle de
anemias, outros fatores podem contribuir, como por exemplo, a deficiência de
ferro, deficiência de ácido fólico e vitamina B12. Outras medicações também são
utilizadas devido a DRC ser consequência de uma doença primária como a
hipertensão arterial e/ou diabetes.
O paciente que
faz hemodiálise, geralmente, faz uso de medicamentos antes, durante e/ou após a
sessão de hemodiálise. A heparina (anticoagulante) é utilizada para evitar que
o sangue coagule durante a sessão; vitaminas do complexo B são aplicadas ao
final da sessão, elas são necessárias para a reposição destas vitaminas perdidas
durante o processo de hemodiálise; vitamina C é aplicada ao final da sessão,
pois ajuda que a mobilizar o estoque de ferro no organismo (MENDONÇA, 2008).
Os rins são
responsáveis pela eliminação do excesso de fósforo. Com a perda da função renal
sua eliminação fica prejudicada e a absorção de cálcio no intestino também. Com
isso, não há equilíbrio entre fósforo e cálcio no sangue. O carbonato de cálcio
é utilizado no paciente renal crônico para evitar a absorção do fósforo e sua
associação ao cálcio, impedindo que eles se misturem no sangue e sejam
depositados nas paredes dos vasos sanguíneos, evitando assim o surgimento de
edema, além prevenir a fragilidade dos ossos (osteoporose) devido à falta de
cálcio. O uso de anti-hipertensivos
reduz a pressão arterial (doença de base causadora da DCR) e o uso de
diuréticos evitam que líquidos sejam acumulados no organismo permitindo que a
pressão arterial não fique elevada.
A utilização de
eritropoetina também se faz necessária, pois estimula a produção
de células sanguíneas pela medula óssea e tal estímulo permite que as anemias
resultantes da IRC sejam controladas. Ela repõe o ferro eliminado durante o
processo da diálise (MENDONÇA, 2008; RIELLA, 2010). De acordo com Riella (2010), a recomendação de suplementação
de ferro varia de acordo com o uso ou não de eritropoietina (EPO). Pacientes
não recebendo EPO usualmente não necessitam de suplementação de ferro, porém
aqueles recebendo EPO normalmente necessitam da suplementação de rotina.
Como pode ser
observado acima pacientes com DRC necessitam de vários medicamentos e durante o
processo de hemodiálise eles podem ser eliminados, pois a hemodiálise é um
processo de retirada do sangue por uma máquina especifica, onde é filtrado para
a retirada de substâncias indesejáveis (tóxicas) ao organismo. Porém durante
esse processo certos medicamentos podem ser eliminados (dializados) e, com
isso, necessitam de reposição de doses.
Os pacientes com
DRC possuem a excreção renal comprometida e, a chance de ocorrer intoxicações e
interações medicamentosas, as quais podem aumentar ou reduzir a ação
farmacológica de determinado(s) medicamento(s) são maiores. Portanto, a
quantidade de medicamentos utilizados pelos insuficientes renais crônicos merece
uma maior atenção devido ao risco de ocorrer interação entre os medicamentos. Já
os medicamentos dializáveis podem ser perdidos durante a hemodiálise
necessitando de reajuste de dose. Tais fatos prejudicam a terapêutica, pois
todos os medicamentos são fundamentais para o paciente, prejudicando assim
qualidade de vida do paciente.
REFERÊNCIAS:
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. Disponível em: <http://www.virtual.unifesp.br/cursos/enfnefro/restrito/docunload/insrenalcro.pdf>.
Acesso em 12 de março de 2012.
COUTINHO et al. Estudo de rastreamento precoce da doença renal na população de Palmas -
TO: uma aplicação do Scored comparada aos métodos convencionais. Disponível
em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-16022012-172324/pt-br.php>.
Acesso em 13 de março de 2012
MARTINS, Marielza R. Ismael; CESARINO,
Claudia Bernardi. Qualidade de vida de pessoas com doença renal crônica em
tratamento hemodialítico. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692005000500010&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em 12 de março de 2012.
MENDONÇA, Daniele de Paula. Qualidade de vida dos portadores de insuficiência renal crônica em
tratamento de hemodiálise. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/58323533/3/Terapeuticas-Farmacologicas-da-Insuficiencia-Renal-Cronica>.
Acesso em 11 de abril de 2012.
MOREIRA
et al. Adesão ao Tratamento Farmacológico em Pacientes com
Doença Renal Crônica.
Disponível em: <www.jbn.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=69&nomeArquivo=30>. Acesso em 12 de março de 2012.
RIBEIRO et al. Prevalência da automedicação
na população estudantil do Instituto Politécnico de bragança. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0870-90252010000100005&script=sci_arttext>. Acesso em 14 de março de 2012.
RIELLA,
Miguel Carlos. Princípios de Nefrologia
e Distúrbios Hidroeletrolíticos. 5.
Ed. Guanabara Koogan, 2010.
SHMID, BERNAL e SILVA. Automedicação
em adultos de baixa renda no município de São Paulo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n6/1493.pdf>. Acesso em 13 de março de 2012.
Sociedade Brasileira de Nefrologia. Disponível em:
http://www.sbn.org.br/index.php.noticiasListagem. Acesso em 12 de março de
2012.
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