A Profa Maria Cecília é Farmacêutica - Bioquímica pela FCFRP-USP (1985) e Mestre em Saúde Coletiva, pela Unisantos (2005)
Professora, desde quando você milita no serviço público?
Ingressei no serviço público em 1986, após passar em concurso para uma carreira denominada Biologista para prestar serviço no Instituto Adolfo Lutz de Santos. Nesta época, o Instituto realizava exames de análises clínicas para todos os municípios de sua abrangência. Assim, neste período atuei em diversas áreas, tais como hematologia, bioquímica, urianálise e parasitologia.
E como era o serviço à época?
A rotina era pesada, pois eram atendidos os nove municípios da região e a média de exames era de cerca de 200 hemogramas/dia; 300 urianálises/ dia; 300 dosagens bioquímicas/dia e 500 protoparasitológicos/ dia. Em 1990, esses exames foram descentralizados e cada município passou a realizá-los, ficando para o Instituto o que realmente faz parte de sua missão; isto é, executar atividades laboratoriais especializadas e diferenciadas, realizar pesquisa científica e de inovação tecnológica de interesse em Saúde Pública e promover sua divulgação, formar recursos humanos especializados de interesse à Saúde Pública, além de participar das ações de Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Ambiental para prevenção, controle e eliminação de riscos, doenças e agravos de interesse em Saúde Pública.
Os clientes de um laboratório de Saúde Pública são as Vigilâncias Sanitária (VISAs) e Epidemiológica (VEs) municipais e estaduais que, para elucidar surtos de doenças infecciosas ou agravos, e, de acordo com o tipo de agravo, encaminha amostras de águas, alimentos ou amostras biológicas para que sejam realizadas as análises pertinentes. O Instituto Adolfo Lutz (IAL) é o Laboratório de Saúde Pública do estado de São Paulo, credenciado pelo Ministério da Saúde e é composto pelo Laboratório Central, situado na capital e doze Laboratórios Regionais, sediados em municípios estratégicos do Estado, sendo que o Regional de Santos foi o primeiro a ser criado, em 1947.
Conte-nos um pouco de sua carreira no IAL.
A partir de 1992 passei a atuar no setor de Microbiologia (Bacteriologia e Imunologia). Em 1994 prestei concurso para a carreira de Assistente Técnico de Pesquisa Científica e Tecnológica, permanecendo no mesmo setor, onde estou até hoje. Esta carreira é voltada para a pesquisa e permite ascensão por produção científica, de maneira que na última promoção por merecimento que ocorreu em agosto do ano passado, passei para o último nível de minha carreira (nível VI).
Quais são as suas atividades no momento?
Em minha rotina de trabalho, executo técnicas para o diagnóstico microbiológico e imunológico de doenças de importância em Saúde Pública e infecções oportunistas em pacientes portadores do vírus HIV e outras condições de imunossupressão. Assim, atuo no diagnóstico de doenças como meningite, coqueluche, febre tifoide, cólera, leptospirose, influenza e outras e através desta atuação, participo dos programas estaduais de vigilância epidemiológica para o controle dessas doenças.
E tem mais?
No treinamento e formação de profissionais técnicos especializados participo como supervisora titular do Programa de Aprimoramento Profissional do Instituto Adolfo Lutz (PAP/IAL/SES) na área de Vigilância Epidemiológica. Participo de alguns projetos de pesquisa e com este tipo de atuação é possível produzir cientificamente, de maneira que sou autora de alguns artigos publicados em revistas especializadas, bem como de resumos de trabalhos apresentados em congressos.
Além das atividades técnicas, quais cargos você já exerceu?
Fui designada encarregada do setor de Microbiologia e Imunologia, respondendo por este setor de 1994 a 1998, posteriormente fui designada Diretora do Núcleo de Ciências Biomédicas, de 2009 a 2011. Atualmente estou como Diretora Técnica Substituta do Laboratório Regional.
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